É, acabou a terça feira. Trabalhar, ler/escrever em casa, ir pro curso. Essa semana ainda temos o adicional da bagunça de reforma pela casa, e de todas as minhas coisas importantes terem sido transferidas para a lavanderia, pra um cantinho impossível de alcançar.
Não me entendam mal, eu sempre adorei bagunça de reforma. O problema é que dessa vez ela está muito murcha!! Estou até podendo dormir na minha própria cama, olha só.
Eu adorava quando era menor e as reformas me obrigavam a dormir só no colchão, sobre o chão da lavanderia. E quando tiveram que levar todas as minhas coisas da escola e minhas papeladas lá pra cima, e eu passava o dia inteiro lendo e escrevendo... a imaginação ia tão longe!!
Caramba, que estranho, só estou reparando agora que reformas na casa sempre marcaram 'reformas' importantes também na minha vida. Lembro-me de duas em especial: uma de quando eu tinha uns 12 anos, e os sofás amontoados perto do computador acabaram de alguma forma se fundindo com a história do livro que eu estava lendo, Sozinha no mundo. Depois dessa reforma não ganhei só um quarto praticamente 0km, mas também aprendi a gostar dessa mania de independência que a bagunça e a história me inspiraram, tanto que só andava de mochila pra cima e pra baixo dentro de casa - e quando me perguntavam se eu ia fugir, a única resposta que eu queria mesmo dar era SIM!!!
Já aos 17, meu quarto foi reformado novamente, e de súbito a vida mudou. Consegui meu primeiro estágio, comecei a ter uma vida espiritual de verdade, e ao fim do dia, quando deitava no colchão atrás do freezer, eu nem sabia por onde começar a ficar feliz.
Hoje estou há um mês nesse emprego que adoro, finalmente dando continuidade ao projeto do meu primeiro livro, planejando voltar a estudar em breve e sair de casa. Estou super solteira e disponível há exatamente um ano e ainda não me acostumei muito bem. Rammstein e Metallica são minha principal trilha sonora.
Mas hoje, quando bate aquele sentimento de peso no coração, já não sei muito bem o que devo pensar. As coisas são de verdade, a brincadeira de fugir de casa, a certeza de não conseguir confiar plenamente em ninguém, o compromisso com o emprego e com a fé são de verdade. Ainda bem que tive pelo menos esses treinos - e com meus próprios ossos fraturados construí um barco para navegar por sobre os problemas.
Não sei se na próxima reforma vou sentir falta de terminar TODOS os meus textos com filosofias vagas e sem conclusão alguma - aliás, não pretendo morar nesta casa até lá, mas isso eu já cansei de falar e é uma outra história. Mas sei que, toda vez que o barco está quase virando pra um lado, de repente cai pro outro. Tem sido assim entre a alegria e a tristeza através dos dias, entre o bem e o mal através dos anos.
Eu juro que não sei por que fui nascer sob o signo de Balança.
Aposto que quando eu finalmente encontrar um equilíbrio e estiver navegando por águas tranquilas, vou acabar ficando presa em uma praia e quase morrer de sede, então vou tomar coragem de sair caminhando e por pouco não morrerei afogada, até chegar a uma terra completamente desconhecida. Então, nunca mais encontrarei o caminho de volta.
Ora, que assim seja.
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Há 6 anos
1 comentários:
aew mais um livro para eu ler então x]
e vc eh equilibrada sim!
Caso vc chegue a terras desconhecidas e nao saiba como voltar, eu tento dar um jeitinho de te "fazer" se achar se é que me entende XD
poxa o bom do blog eh que eu posso sempre ler suas palavras e me sentir melhor no fim de cada dias (ou no começo)
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