Noite passada, senti-me novamente mergulhando nas gélidas águas do alto-mar em Parati. Aquelas tão hipnoticamente descritas na Ghost Love Score, do Nightwish de Tarja. Não, não estou louca. Há exatos cinco anos, passei todos os meus três das na cidade ouvindo em pensamento
We used to swim
the same moonlight waters
Oceans away
from the wakeful day
E o quadro em minha mente era tão nítido, dois corpos jovens brincando infantilmente no mar sob a lua cheia; ela vestindo apenas seus longos cabelos negros, ele de olhos azuis e músculos fortes. No segundo dia de viagem, a bordo de um barco com mais de cinquenta pessoas, em meio a tantas vozes e ao sol do meio-dia, cheguei a entrever a cena silenciosa diversas vezes. Nunca mais pude ouvir a Ghost Love Score, ou praticamente qualquer outra faixa do álbum Once, sem lembrar-me daquela viagem.
Nesta última madrugada, por alguma razão que desconheço, senti-me assim novamente. Talvez a surpresa de não ter tido um acesso de depressão, talvez o entusiasmo com aquela conversa de projeção astral, também o amor e o frio e a expectativa da sexta-feira - tudo isso me trouxe uma tranquilidade fresca com perfume de Yemanjá. Ao som do The Sundial, "Spirits of the dead".
Adormeci lentamente, certa de estar flutuando. Tudo está voltando a seu lugar, e a respeito das dúvdas que tive algns dias atrás, já tomei minha decisão.
Fecho a noite com um trecho do Placebo:
It seemed to last for hours
It seemed to last for days
This lady of the flowers
and her hypnotic gaze.
*
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