Hoje de manhã ouvi, de um grande amigo, que as palavras que aqui derramo são tudo que resta de mim. Que é quase impossível conseguir falar comigo, que me escondo e desapareço, que só aqui se pode ler-me. De certa maneira não me surpreendi.
Não é de hoje que venho notando uma crescente reclusão do mundo em direção a mim, portanto o contrário certamente ocorre também. Trabalho, almoço, faculdade, ônibus, a lentidão das imaginações tornando-se crônica, uma doença do viver. Ou talvez, antes disso, uma doença do estar; pois dormindo não estou, e não encontro problema algum em toda essa inércia que me consome. Não deixo, entretanto, de existir. Pelo contrário, fora da realidade tudo é mais verdadeiro e não sei quem inventou o contrário.
Pois então que assim seja; não sou eu quem vai constantemente atrás de abstrações nos piores antros? Não busco eu os significados muito além de seus significantes? Pois que busquem o silêncio, e encontrem por aqui o sem-nome que vasto se estende além dele.
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Há 6 anos
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