Imitação da água
De flanco sobre o lençol,
paisagem já tão marinha,
a uma onda deitada,
na praia, te parecias.
Uma onda que parava
ou melhor: que se continha;
que contivesse um momento
seu rumor de folhas líquidas.
Uma onda que parava
naquela hora precisa
em que a pálpebra da onda
cai sobre a própria pupila.
Uma onda que parara
ao dobrar-se, interrompida,
que imóvel se interrompesse
no alto de sua crista
e se fizesse montanha
(por horizontal e fixa),
mas que ao se fazer montanha
continuasse água ainda.
Uma onda que guardasse
na praia cama, infinita,
a natureza sem fim
do mar de que participa,
e em sua imobilidade,
que precária se adivinha,
o dom de se derramar
que as águas faz femininas
mais o clima de águas fundas,
a intimidade sombria
e certo abraçar completo
que dos líquidos copias.
Vida? Morte? Folhas líquidas e montanhas?
Mergulhe na Análise do poema.
Direitos reservados ;)
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Há 6 anos
3 comentários:
mais o clima de águas fundas,
a intimidade sombria
e certo abraçar completo
que dos líquidos copias.
Adorei!
Minha flor, tentei te mandar uma postagem anteior, mas não tinha como, parecia que o blog tinha desconfigurado, mas agora parece estar tudo bem, beijo!
BOm, não gosto de nada mt repetitivo. Prefiro sempre o barroco. rsrs Mas a análise foi bem escrita. Sem ela nao entenderia o poema. O poema é a sua cara! :P
Que bom que alguém tirou uma nota justa pela interpretação livre deste poema *-*
Saudades
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