Nos últimos dias tenho acordado tranquila, sossegada. Mentalmente descansada. Quase como no tempo em que era feliz.
E hoje, sim, é um daqueles dias em que esta louca vai escrever coisas bonitas e suaves que contrastem bastante com os últimos meses de posts deprimentes. Aliás, vocês, meus caros, talvez não vejam como "um daqueles dias" em que isso está acontecendo, mas como o primeiro ou no máximo segundo - já que nas darkest hours eu venho aqui e apago tudo de bom que já tivesse escrito!
Não, não me arrependo. Em primeiro lugar, porque do meu amor quem sabe sou eu, e quero que assim continue sendo. Mais detalhes, sei lá, quem sabe no dia do casamento.
E em segundo... é cruel essa constante "indecisão" entre a depressão e a inocência. Não quero parecer uma boba alegre se dentro de meia hora estarei afundando de novo. Hoje estou bem, sim, bem pra caralho. E tudo que quero é que esta sensação dure, tanto quanto for possível, na sua forma mais pura como neste instante - mas também sustentando-me por detrás das dores de cada dia.
Porque não hei de ficar assim para sempre; na verdade, pode ser que ao deitar-me e adormecer tudo se desvaneça, e pode ser que eu acorde tranquila amanhã também, ou pode ser que não. Mas o esforço continua, por um único objetivo: o sentido de tudo. Entre um cigarro pensando na morte e um suspiro olhando para a lua, dou apenas um passo. Mesmo a cada insight de agonia que aqui compartilho, não me esqueço, a cada cansaço e desânimo não me esqueço, de algo que hoje encontrei ingenuamente
para em breve deixar, e então buscar mais uma vez.
Erst wird es heiss,
dann kalt,
am Ende tut es weh
Rammstein